domingo, 22 de março de 2015

Recado Importante para a turma da Barra Noite

Queridos,
Como conversamos em aula, esta semana quem dará aula são vocês.
Estudem:
FUTURISMO - http://experimentacoesemarte.blogspot.com.br/2015/03/aula-08-futurismo.html
RAIONISMO - http://experimentacoesemarte.blogspot.com.br/2015/03/aula-09-raionismo.html
CONSTRUTIVISMO - http://experimentacoesemarte.blogspot.com.br/2015/03/aula-10-construtivismo.html
SUPREMATISMO - http://experimentacoesemarte.blogspot.com.br/2015/03/aula-11-suprematismo.html

Escolham também um dos livros da nossa bibliografia para ajudar na apresentação da aula.

Na hora da aula haverá um sorteio de quem apresentará e qual o tema a ser apresentado.
bjs

domingo, 8 de março de 2015

AULA 11 - SUPREMATISMO

Movimento russo de arte abstrata, o suprematismo surge por volta de 1913, mas sua sistematização teórica data de 1925, do manifesto Do Cubismo ao Futurismo ao Suprematismo: o Novo Realismo na Pintura, escrito por Kazimir Malevich em colaboração com o poeta Vladimir Maiakóvski.
Movimento russo de arte abstrata, o suprematismo surge por volta de 1913, mas sua sistematização teórica data de 1925, do manifesto Do Cubismo ao Futurismo ao Suprematismo: o Novo Realismo na Pintura, escrito por Kazimir Malevich em colaboração com o poeta Vladimir Maiakóvski. O suprematismo está diretamente ligado ao seu criador, Malevich, e às pesquisas formais levadas a cabo pelas vanguardas russas do começo do século XX, o raionismo de Mikhail Larionov e Natalia Goncharova e o construtivismo de Vladimir Evgrafovic Tatlin. Nesse contexto, o suprematismo defende uma arte livre de finalidades práticas e comprometida com a pura visualidade plástica. Trata-se de romper com a idéia de imitação da natureza, com as formas ilusionistas, com a luz e cor naturalistas - experimentadas pelo impressionismo - e com qualquer referência ao mundo objetivo que o cubismo de certa forma ainda alimenta. Malevich ainda fala em "realismo", e o faz com base nas sugestões do místico e matemático russo P.D. Ouspensky, que defende haver por trás do mundo visível um outro mundo, espécie de quarta dimensão, além das três a que os sentidos humanos têm acesso. O suprematismo representaria essa realidade, esse "mundo não objetivo", referido a uma ordem superior de relação entre os fenômenos - espécie de "energia espiritual abstrata" -, que é invisível, mas nem por isso menos real.

Se a arte de Malevich tem pretensão espiritual, ela não se confunde com a defesa do espiritual na arte que faz Vassily Kandinsky, que o define como "expressão da vida interior do artista". Malevich, ao contrário, se detém na pesquisa metódica da estrutura da imagem, que coincide com a busca da "forma absoluta", da molécula pictórica. Como ele mesmo afirma no manifesto de 1915: "Eu me transformei no zero da forma e me puxei para fora do lodaçal sem valor da arte acadêmica. Eu destruí o círculo do horizonte e fugi do círculo dos objetos, do anel do horizonte que aprisionou o artista e as formas da natureza. O quadrado não é uma forma subconsciente. É a criação da razão intuitiva. O rosto da nova arte. O quadrado é o infante real, vivo. É o primeiro passo da criação pura em arte".

As obras suprematistas, vistas pela primeira vez na exposição coletiva A Última Exposição de Quadros Futuristas 0.10 (Zero. Dez), realizada em dezembro de 1915, em São Petesburgo, na Rússia, evidenciam a nova proposta pictórica: formas geométricas básicas - quadrado, retângulo, círculo, cruz e triângulo - associadas a uma pequena gama de cores. A austeridade das formas puras e a simplicidade quase hierática da geometria suprematista se apresentam integralmente em obras, hoje célebres, como Quadrado Preto Suprematista, 1914/1915, Suprematismo: Realismo Pictórico de um Jogador de Futebol, 1915, Quadrado Vermelho: Realismo Pictórico de uma Camponesa em Duas Dimensões, 1915, Quadrado Branco Sobre Fundo Branco, 1918. Desde 1910, a produção de Malevich encontra-se afinada com as vanguardas européias - com o cubismo das obras iniciais de Pablo Picasso, com as pinturas de Paul Cézanne, Fernand Léger, André Derain e também com o futurismo -, combinadas em sua obra com fontes folclóricas e populares russas, e com a experimentação artística russa que tem em Maiakóvski sua liderança maior. Da fase inicial pós-impressionista, sua pintura se dirige às formas tubulares de Léger, à fragmentação cubista e ao trato futurista da imagem, como O Amolador de Facas, 1912. Com o movimento suprematista, Malevich adere à abstração e ao compromisso com a pesquisa metódica da forma pura, evidenciada em séries como Branco sobre Branco. Após 1918, quando anuncia o fim do suprematismo por considerar o esgotamento do projeto, volta-se preferencialmente ao ensino, à escrita e à construção de modelos tridimensionais que têm grande influência sobre o construtivismo.

Em 1929, foi acusado pelo governo soviético de "subjectivismo" e nos anos que se seguiram foi continuamente atacado pela imprensa. Perdeu suas funções oficiais e chegou a ser preso e torturado. Morreu abandonado e na pobreza, em São Petersburgo, em 1935. Apesar de ter recebido funerais oficiais, a condenação de sua obra e do suprematismo foi seguida de um esquecimento de décadas. O reconhecimento do artista só ocorreu a partir dos anos 1970. Desde então, numerosas retrospectivas pelo mundo consagraram Kazimir Malevitch com um mestre da arte abstrata.

MALEVITCH

Eu me transformei no zero da forma e me puxei para fora do lodaçal sem valor da arte acadêmica. Eu destruí o círculo do horizonte e fugi do círculo dos objetos, do anel do horizonte que aprisionou o artista e as formas da natureza. O quadrado não é uma forma subconsciente. É a criação da razão intuitiva. O rosto da nova arte. O quadrado é o infante real, vivo. É o primeiro passo da criação pura em arte".
Malevich



OBRAS:
http://oseculoprodigioso.blogspot.com.br/2013/10/malevich-kasimir-cubism.html?q=MALEVICH


TEXTO RETIRADO DA ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3842/suprematismo

AULA 10 - CONSTRUTIVISMO

“Construir a arte e não criá-la.”

Definição


Para o construtivismo, a pintura e a escultura são pensadas como construções - e não como representações -, guardando proximidade com a arquitetura em termos de materiais, procedimentos e objetivos. 


O termo construtivismo liga-se diretamente ao movimento de vanguarda russa e a um artigo do crítico N. Punin, de 1913, sobre os relevos tridimensionais de Vladimir Evgrafovic Tatlin (1885 - 1953). 
A consideração das especificidades do construtivismo russo não deve apagar os elos com outros movimentos de caráter construtivo na arte, que ocorrem no primeiro decênio do século XX
O grupo de artistas expressionistas reunidos em torno de Wasilli Kandinsky (1866 - 1914) no Der Blaue Reiter [O Cavaleiro Azul], em 1911, na Alemanha; 
O De Stijl [O Estilo], criado em 1917, que agrupa Piet Mondrian (1872 - 1944), Theo van Doesburg (1883 - 1931) e outros artistas holandeses ao redor das pesquisas abstratas; 
O suprematismo, fundado em 1915 por Kazimir Malevich (1878 - 1935), também na Rússia. 
Isso sem esquecer os pressupostos construtivos que se fazem presentes, de diferentes modos, no cubismo, no dadaísmo e no futurismo italiano.

A ideologia revolucionária e libertária que impregna as vanguardas em geral, adquire feições concretas na Rússia, diante da revolução de 1917. A nova sociedade projetada no contexto revolucionário mobiliza os artistas em torno de uma arte nova, que se coloca a serviço da revolução e de produções concretas para a vida do povo. Afinal, a produção artística deveria ser funcional e informativa. Realizações dessa proposta podem ser encontradas nos projetos de Aleksandr Aleksandrovic Vesnin (1883 - 1959) para o Palácio do Trabalho e para o jornal Pravda e, sobretudo, no Monumento à Terceira Internacional, de Tatlin, exposto em 1920, mas nunca executado - seria erguido no centro de Moscou. De ferro e vidro, a gigantesca espiral giraria sobre si mesma, concebida para ser também uma antena de transmissão radiofônica, é descrita pelo artista como "união de formas puramente plásticas (pintura, escultura e arquitetura) para um propósito utilitário".



A obra de Alexander Rodchenko (1891 - 1956) é outro exemplo de atualização do programa construtivista e produtivista russo. Das pesquisas iniciais, em estreito diálogo com as pinturas abstratas e geométricas de Malevich, o artista passa às construções tridimensionais por influência de Tatlin, encontrando posteriormente na fotografia um meio privilegiado de expressão e registro pictórico da nova Rússia. Sua perspectiva fotográfica original influencia de perto o cinema de Sergei Eisenstein (1898 - 1948).



As discussões sobre a função social da arte provocam fraturas no interior do construtivismo russo. Os irmãos Antoine Pevsner (1886 - 1962) e Naum Gabo (1890 - 1977), signatários do Manifesto Realista de 1920, recusam um programa social e aplicado da arte - lembrando as críticas de Gabo ao monumento de Tatlin - em defesa de uma morfologia geométrica em consonância com a teoria suprematista de Malevich. Suas pesquisas inclinam-se na direção da arte abstrata, do diálogo cerrado entre arte e ciência e do uso de materiais industriais, como o vidro e o plástico. Em 1922, quando o regime soviético começa a manifestar seu desagrado com a pauta construtivista, Pevsner e Gabo deixam a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas - URSS. Na década seguinte, a defesa oficial de uma estética "realista" e "socialista" representa o golpe último nas pesquisas de tipo formal dos construtivistas. O exílio dos artistas contribui para a disseminação dos ideais estéticos da vanguarda russa que vão impactar a Bauhaus na Alemanha, o De Stijl, nos Países Baixos, e o grupo Abstraction-Création [Abstração-Criação], na França. Gabo será um dos editores do manifesto construtivista inglês Circle, de 1937.



Não são pequenas as influências do construtivismo na América Latina, em geral, e no Brasil, em particular, no período após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Marcas da vanguarda russa podem ser observadas no movimento concreto de São Paulo, Grupo Ruptura, e no Rio de Janeiro, Grupo Frente. A ruptura neoconcreta estabelecida com o manifesto de 1959 - que reúne Amilcar de Castro (1920 - 2002), Ferreira Gullar (1930), Franz Weissmann (1911 - 2005), Lygia Clark (1920 - 1988), Lygia Pape (1927 - 2004), Reynaldo Jardim (1926) e Theon Spanudis (1915) - não afasta as influências do construtivismo russo, sobretudo na vertente inaugurada por Pevsner.


Os Construtivistas pretendiam fazer da arte, uma investigação autônoma e cientifica, indagando das propriedades abstratas da superfície pictórica, da construção, da linha e da cor. 
O termo Construtivismo surge pela primeira vez em Janeiro de 1922, num catálogo para uma exposição no Café dos Poetas em Moscovo, onde se afirmava que “todos os artistas devem ser operários, a fábrica é o local onde se cria e constrói a verdadeira vida”. 
O “Artista novo” devia abandonar as Belas-Artes, meramente contemplativas, burguesas e reacionárias e tornar-se um artista ativo e interveniente no contexto social e da produção industrial ou produtivista ,no sentido atual, designer.
Os Construtivistas eram apologistas da anti-Arte, criticando os métodos acadêmicos e evitavam utilizar os media tradicionais: a tela e os óleos e a pintura de cavalete. Inovaram radicalmente nos domínios da propaganda, colagem, artes gráficas, tipografia, fotografia e fotomontagem, cerâmica, têxteis, moda, cinema, teatro, etc. e mais tarde no Design, Arquitetura e Urbanismo.  




VLADIMIR TATLIN


Pintor, escultor e arquiteto russo nascido em Kharkov, Rússia, hoje Ucrânia (1885-1953), primeiro teórico do construtivismo soviético e grande incentivador do movimento. Estudou na Escola de Pintura, Escultura e Arquitetura de Moscou, graduou-se na Academia de Belas-Artes de Moscou (1910) e começou a carreira produzindo quadros em estilo figurativo.
Viajou a Paris (1913), onde é influenciado pelas construções tridimensionais de Picasso, em papel, madeira e outros materiais. 
É a partir destas obras que Tatlin funda o Construtivismo, movimento que associaria vários artistas como do Aleksandr Rodchenko e sua mulher Stepanova.
Com o triunfo da revolução soviética (1917), passou a trabalhar usando a arte como instrumento de educação para o povo.
Os construtivistas acreditavam que a arte deveria refletir o novo mundo industrial e adaptar formas, materiais e técnicas da moderna tecnologia, encarnando a ideia do artista-engenheiro empenhado na construção de objetos úteis.
Exemplo desta fase criativa é o “Relevo de esquina complexo”, de 1915, em aço, alumínio, zinco e madeira. Peças de metal e de madeira são justapostas e suspensas da esquina de uma sala, pretendendo acentuar valores de contraste entre formas, materiais e texturas.
Muitas construções, como o Monumento da 3ª Internacional (1919), criado por Tatlin, são protótipos para arquitetura, cenários ou desenho industrial.
Este monumento pretendia representar os novos tempos e a dinâmica social, tentando integrar arte e técnica. Esta metáfora da sociedade maquinista relaciona-se com um tema que estava presente também nos outros movimentos de vanguarda. 





Feito com ferro, vidro e madeira, em consonância com as ideias socialistas e usando materiais industrializados empregados no uso cotidiano, colocaram a arte a serviço do bem comunitário, atuando na direção utilitária do desenho industrial e arquitetura.
A torre teria 400 metros de altura (mais alta que a Torre Eiffel) e o monumento seria colocado no centro de Moscou.
O projeto, nascido num momento de entusiasmo político, nunca foi construído devido à alteração da política governamental que passou a manifestar-se contra a arte de vanguarda e também pelo pouco aço, dessa forma, a ideia não passou de um modelo, mas certamente teria sido o mais impressionante “construto” de todos os tempos.
Inclinada como a Torre de Pisa, a estrutura vazada de vidro e ferro se baseia numa espiral contínua para representar o progresso vertical da humanidade, onde todos os cilindros iriam girar: embaixo daria uma volta de 365 dias, no meio, 30 dias (lua) e em cima, 24 horas.
Na parte de baixo comportaria repartições públicas; no meio, escritórios e em cima, uma estação de rádio. Na calota (protetor) trazia slogans comunistas.
Reconstruída em 1976/1968 (maquete) para uma exposição na Moderna Museet, em Estocolmo, Tatlin projetou essa movimentada torre como um símbolo do monumento e do ilimitado potencial da União Soviética, representando a alegoria do Cosmo.
Representa o imaginário do Construtivismo.

OBRAS:


   

ALEXANDER RODCHENKO
1891-1956

Nascido em 23 de novembro de 1891, em São Petersburgo, Rodchenko frequentou a escola de artes em Kazan, na Rússia, de 1910 a 1914, em seguida, estudou artes gráficas na escola de artes aplicadas em Moscou (1915). O artista foi influenciado pelo cubismo, futurismo e Art Nouveau, e seu mentor foi Vladimir Tatlin. Primeiro trabalho de Rodchenko foi como assistente de Tatlin em uma obra futurista de 1916 em Moscou, no qual dez das fotos de Rodchenko foram mostradas. Em 1918, Rodchenko ajudou a fundar o Museu de cultura artística e tornou-se seu primeiro diretor. Por volta de 1920, ele foi um dos membros mais ativos do Institut Khudozhestvennoy Kultury - também conhecido é Inkhuk - e ensinou um Vkhutemas. A partir de 1918 foi ativo por vários anos com o Comité de artes aplicadas, uma agência do governo. Em 1921-22, ele fez trabalho ilustrativo em teatro, filmes, tipografia e publicidade e continuou ao longo da década de 1920 para fornecer desenhos de capa para uma gama extraordinariamente ampla de publicações  de livros. Ele também desenhou a capa do Kino-Fot, um periódico dos construtivistas russos, que começou em 1922 e em qual Rodchenko foi publicado regularmente. Ele assumiu a fotografia em 1924 e deu uma pequena série de palestras sobre o meio em Vkutein (escola de belas artes técnicas) na década de 1920.  Rodchenko começou foto-relato em 1926, trabalhando para as revistas Ogonok, Radioslushatel, Prozhektor, Krasnoye Studenchestvo, Dayosh, Za rubezhom, Smena, Borba klassov e o diário Vechernaya Moskva, entre outros. Em 1932 o fotógrafo, cujo trabalho era - e ainda é - exibido amplamente, começou a trabalhar na fotomontagem. Durante a sua primeira e única viagem no exterior Rodchenko foi premiado com quatro medalhas de prata na exposição de Paris de março de 1925. Também envolvido no mundo do cinema, Rodchenko feitas uma série de noticiário dirigida por Dziga Vertov, originalmente chamado Kino-Pravda e mais tarde chamado de um sexto do mundo, que foi iniciado em 1922. Entre 1927 e 1930 foi "Construtor-artista". Um construtivista, Rodchenko foi um dos primeiros foto-colagistas. Alguns de seus temas favoritos foram esportes, circo, procissões festivas e o soviético modo de vida. Ele experimentou com êxito com a fotografia de close-up, e "a lente de sua câmera descobriu objetos de arquitetura incomum, ritmo e plasticidade" em objetos removidos de seu ambiente habitual. "O espectador que vê apenas um estudo na foto do jarro de vidro iluminado por trás não consegue apreciar a composição magistral, a nobre pureza de linhas, a rica plasticidade da forma e, consequentemente, também a poesia e beleza da imagem e ainda mais importante, suas qualidades especificamente fotográficas"
(Karginov, Rodchenko).



OBRAS:
http://oseculoprodigioso.blogspot.com.br/2006/02/rodchenko-alexander-fotografia.html?q=CONSTRUTIVISMO


TEXTO: Enciclopédia Itaú Cultural
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3780/construtivismo

ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna: do iluminismo aos movimentos contemporâneos. Tradução Denise Bottmann, Frederico Carotti; prefácio Rodrigo Naves. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. xxiv, 709 p., il. color.

BRITO, Ronaldo. Neoconcretismo: vértice e ruptura do projeto construtivo brasileiro. 2. ed. São Paulo : Cosac & Naify, 1999. 110 p. il., p.b. color. (Espaço da arte brasileira).

CASTILLO, Jorge. Vanguarda e classicismo. In: BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 22., 1994, São Paulo, SP. Salas especiais. Apresentação Edemar Cid Ferreira; comentário Nelson Aguilar. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1994. 478 p., il. color. p. 418-438.

CHALVERS, Ian. Dicionário Oxford de Arte. Tradução Marcelo Brandão Cipolla. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

DICIONÁRIO da Pintura Moderna. Tradução Jacy Monteiro. São Paulo: Hemus, 1981. 380 p., il. p.b.

La Nuova enciclopedia dell'arte Garzanti. Milano: Garzanti, 1986. 1117 p.: il. 

MORAIS, Frederico. Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: da Missão Artística Francesa à Geração 90: 1816-1994. Rio de Janeiro: Topbooks, 1995. 559p.

ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. Pesquisa Cacilda Teixeira da Costa, Marília Saboya de Albuquerque; apresentação Walther Moreira Salles. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. 2v.

AMARAL, Aracy (org.). Projeto construtivo brasileiro na arte: 1950-1962. Rio de Janeiro: MAM, 1977. 357 p., il. p&b.


AULA 09 - RAIONISMO

Raionismo, ou raísmo, termo que faz menção a um estilo pictórico desenvolvido na Rússia entre 1912 e 1914, tem como seus maiores representantes Mikhail Larionov (1881 - 1964) e Natalia Gontcharova (1881 - 1962).
Remete diretamente à noção de raios de luz entrecruzados a partir dos quais a composição - geralmente orientada na diagonal - é construída. Luz e cor são os componentes fundamentais das obras raionistas.
A ideia é menos representar a luz e o movimento, mas construir um espaço sem objetos - absoluto - formado por puro movimento e luz. Do ritmo dinâmico dos raios, que correm paralelos ou em sentidos contrários na superfície, se decompõem as cores do prisma.

MIKHAIL LARIONOV

Biografia (1881-1964) - pintor e cenógrafo. Estudou escultura e arquitetura em Moscovo Instituto de pintura até 1908. Ele trabalhou de perto com sua futura esposa, Natalia Goncharova, e juntos eles desenvolveram o Raionismo (1912-14), um estilo semelhante ao Futurismo italiano. Eles realizaram uma exposição em conjunto em Paris de 1914 e de 1915. 
OBRAS:
http://oseculoprodigioso.blogspot.com.br/2007/09/larionov-mikhail-cubismo.html?q=RAIONISMO


NATALIA GONCHAROVA

Natalia Goncharova nasceu a 21 de junho de 1881, em Nagaevo, na Rússia. Em 1892, mudou-se para Moscou para frequentar a escola. Em 1900, conheceu Mikhail Larionov, que incentivou a pintar e se tornou seu companheiro ao longo da vida. No ano seguinte, matriculou-se no Moscovo, Instituto de pintura, escultura e arquitetura para estudar escultura. Goncharova participou numa exposição de artistas russas, organizado por Sergei Diaghilev em 1906, salão de outono em Paris. Seu trabalho inicial mostra a influência do impressionismo, fauvismo e escultura folclórica russa. Goncharova participou em numerosas exposições importantes da nova arte em Moscou, incluindo Jack of Diamonds (1910), o burro da cauda (1912) e o alvo (1913). Enquanto seus primeiros trabalhos foram pintados em estilos primitivista e cubista, ela adotou uma abordagem de Raionista e Cubo-futurista por volta de 1912. Goncharova foi representada na segunda exposição do Blaue Reiter na Galeria Hans Goltz, Munique, em 1912 e o Erste deutsche Herbstsalon na Galeria Der Sturm em Berlim, em 1913. Nessa época, Goncharova e Larionov começaram sua colaboração com Diaghilev e seus Ballets Russos, que durou até 1929. Em 1917, estabeleceram-se permanentemente em Paris e no ano seguinte, que seu trabalho apareceu na exposição L'Art décoratif théâtral moderne na Galerie Sauvage, Paris. Goncharova mostrou-se extensivamente durante os anos de 1920 e 1930, muitas vezes com Larionov, na Europa, os Estados Unidos e Japão. Embora ela nunca tenha abandonado a pintura, muito de sua energia criativa foi direcionado para a decoração do palco e ilustração de livro. Ela desenhou trajes para apresentações internacionais de balés clássicos e modernos, até seus 70 anos. Em 1938, Goncharova tornou-se um cidadã francesa e em 1955, casou Larionov. No ano seguinte ela foi dada uma retrospectiva na Galerie de l'Institut, em Paris. Goncharova morreu a 17 de outubro de 1962, em Paris. 

Guggenheim Collection - Goncharova biografia

OBRAS:
http://oseculoprodigioso.blogspot.com.br/2007/07/goncharova-natalia-neo-primitivismo.html?q=RAIONISMO





AULA 08 - FUTURISMO

O Manifesto Futurista, de autoria do poeta italiano Filippo Tommaso Marinetti (1876 - 1944), é publicado em Paris em 1909. Nesse primeiro de uma série de manifestos veiculados até 1924, Marinetti declara a raiz italiana da nova estética: "...queremos libertar esse país (a Itália) de sua fétida gangrena de professores, arqueólogos, cicerones e antiquários". 

À opressão do passado, o movimento opõe a glorificação do mundo moderno e da cidade industrial. 
A exaltação da máquina e da "beleza da velocidade", associada ao elogio da técnica e da ciência, torna-se emblemática da nova atitude estética e política. 
Uma outra sensibilidade, condicionada pela velocidade dos meios de comunicação, está na base das novas formas artísticas futuristas. 
Se projeta como um movimento artístico mais amplo, que defende a experimentação técnica e estilística nas artes em geral, sem deixar de lado a intervenção e o debate político-ideológico. 
Umberto Boccioni (1882 - 1916), Carlo Carrà (1881 - 1966), Luigi Russolo (1885 - 1947), Giacomo Balla (1871 - 1958) e Gino Severini (1883 - 1966) estão entre os principais nomes do futurismo, que conhece um refluxo em 1916, com a morte de Boccioni e com a crise social e política instaurada pela Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918).

BOCCIONI
“ Quero pintar o novo, os frutos da nossa era industrial”
Conclamou aos pintores, abandonar o passado e olhar apenas para o futuro.
OBRAS: 
http://oseculoprodigioso.blogspot.com.br/2005/10/boccioni-umberto-futurismo.html?=FUTURISMO

GIACOMO BALLA
O pintor italiano durante a sua obra tentou endeusar os novos avanços científicos e técnicos por meio de representações totalmente desnaturalizadas, sem chegar a uma total abstracção. Mesmo assim, mostrou grande preocupação com o dinamismo das formas, com a situação da luz e a integração do espectro cromático. Conheceu Marinetti, Boccioni e Severini. 
Um ano mais tarde, junta-se a eles para assinar o Manifesto Técnico da Pintura Futurista.
Preocupado, como seus companheiros, em encontrar uma maneira de visualizar as teorias do movimento, apresentou em 1912 seu primeiro quadro futurista intitulado Cão na Coleira ou Cão Atrelado.
Dissolvido o movimento, Balla retornou às suas pinturas realistas e voltou-se para a escultura e a cenografia. 
Um recurso dos mais originais que ele usou para representar o dinamismo foi a simultaneidade, ou desintegração das formas, numa repetição quase infinita, que permitia ao observador captar de uma só vez todas as sequências do movimento.

OBRAS: 
http://oseculoprodigioso.blogspot.com.br/2013/09/balla-giacomo-futurism.html?=GIACOMO+BALLA







domingo, 1 de março de 2015

AULA 06 - DER BLAUE REITER

O Cavaleiro Azul
Munique (1911-1914)

O nome que adotaram para este movimento sintetiza a paixão de Franz Marc pelo cavalo e de Kandinsky pela cor azul.

Fundadores:
Kandinsky
Franz Marc
Paul Klee

Os seus principais pontos de interesse eram a arte primitiva, a arte intuitiva infantil, o potencial das associações psicológicas e simbólicas da cor, da linha e da composição. Eram mais voltados, em um primeiro momento, à espiritualidade da obra artística.
Foram características comuns às obras de O Cavaleiro Azul:
- Preferência por temáticas naturalistas;
- execução refletida e pensada;
- simplificação e/ou geometrização das formas;
- valorização da mancha, utilização de cores antinaturais;
- composições equilibradas;
- uma expressividade que incide no lirismo e na emotividade
Em Maio de 1912, foi publicado um primeiro número da revista Blaue Reiter Almanack onde são divulgados importantes ensaios dos seus fundadores e de outros artistas como Kubim, Pechstein e Schoenberg. Mais tarde se desdobrará e parte de seus membros virá a fazer parte da Bauhaus e do advento da abstração.
Segundo Kandinsky:
"A cor é o teclado, os olhos são os martelos e a alma é o piano, com as suas inúmeras cordas. O artista é a mão que toca o piano, emitindo esta ou aquela nota para provocar vibrações na alma.“
Apesar de ter se dissolvido quando estourou a 1ª Guerra Mundial, 1914,  o grupo gerou um efeito duradouro devido à passagem de Kandinsky para a pura abstração.


WASSILY KANDINSKY (1866-1944), Pintor russo, antes do abstracionismo participou de vários movimentos artísticos como impressionismo, atravessou uma curta fase fauve e expressionismo. 
Escreveu livros, como em 1911, Sobre o espiritual na arte, em que procurou apontar correspondências simbólicas entre os impulsos interiores e a linguagem das formas e cores.
Em 1926, Do ponto e da linha até a superfície, que hoje tem o título de Ponto e linha sobre plano.explicação mais técnica da construção e inventividade da sua arte. 
Dezenas de suas obras foram confiscadas pelos nazistas e várias delas expostas na mostra de "Arte Degenerada". Em 1910, entrando em seu atelier ao cair da noite, ele disse, “fui subitamente confrontado com um quadro de indescritível e incandescente beleza. Intrigado, parei para olhar. O quadro não tinha tema algum, não representava qualquer objeto identificável e era totalmente composto de manchas coloridas. Por fim aproximei-me e, somente então, reconheci o que era – meu próprio quadro, virado de lado no cavalete.”
Dois tipos de experimentações:
Essa revelação – de que a cor podia despertar emoção independentemente do conteúdo - animou Kandinsky a dar o audacioso passo para descartar todo o realismo. A partir de então, fez experiências com dois tipo de pintura: 
"Composições ", em que executou um arranjo consciencioso de formas geométricas, 
"Improvisos", onde não exerceu controle consciente sobre a tinta aplicada espontaneamente à tela. Em cores de arco-íris e trabalho solto de pincel, Kandinsky criou pinturas absolutamente não-objetivas.
"As cores e as formas que utilizo livremente integram a natureza; eu apenas elimino o intermediário - objeto reconhecido como tal.”
Deste modo, Kandinsky se referiu à sua arte. 


OBRAS DE KANDINSKY:
http://oseculoprodigioso.blogspot.com.br/2005/12/kandinsky-wassily-expressionismo.html?q=kandinsky


FRANZ MARC
Franz Marc concentrava-se principalmente na representação de animais, seguindo as distorções expressionistas. É de se destacar seus estudos de cavalos vermelhos e azuis. O artista morreu na Primeira Guerra Mundial. Marc sentia-se intimamente ligado aos animais e tentou representar o mundo tal como o animal o vê, mediante a simplificação formal e cromática das coisas. Usa cada cor para denotar um significado: azul para a austeridade masculina e o espiritual; amarelo para a alegria feminina; vermelho, para a violência.

OBRAS DE FRANZ MARC:
http://oseculoprodigioso.blogspot.com.br/2005/08/marc-franz-expressionismo.html?q=kandinsky




A cor tomou posse de mim; eu não mais tenho que persegui-la, pois sei que ela está presa a mim para sempre… A cor e eu somos um. Eu sou um pintor.”


Paul Klee foi um dos maiores artistas do início do século XX autor de uma linguagem plástica inovadora, um artista em essência. Convencido de que a realidade artística era totalmente diferente da observada na natureza, dedicou sua carreira à busca do ponto de encontro entre realidade e espírito.

"A arte não é uma ciência que seja fomentada progressivamente através de muito trabalho e da investigação de muitos membros; pelo contrário, é o mundo da diversidade. Cada personalidade, que dispõe da sua própria forma de expressão, tem aqui o seu valor. Só os fracos, aqueles que em lugar de procurarem em si próprios, procuram naquilo que já existe, devem desistir."

Paul Klee nasceu em 18 de dezembro de 1879 perto de Berna, na Suíça. Ampliou o vocabulário usado na pintura, explorando em suas obras linhas, cores, texturas e justaposições. 
Sob a influência de Robert Delaunay (França), Klee teve a idéia de trabalhar diretamente com o espectro de cores. Segundo Klee, o arco-íris está acima de tudo o que tem cor. "O arco-íris é emprego, elaboração e combinação abstrata de cores."
Um dos elementos mais importantes na obra de Paul Klee é a cor. No início, ele lidava com as cores apenas sob uma perspectiva teórica. Mais tarde, porém, ele descobriu também a qualidade emocional das cores.
Após a Primeira Guerra, lecionou na conceituada escola Bauhaus, aplicando aulas sobre «Pedagogia das Formas».
A sua atividade como professor obrigou-o a desenvolver e formular claramente as suas idéias sobre aspectos teóricos da pintura e da arte. Klee era um professor muito dedicado. Preparava suas aulas meticulosamente, até nos mínimos detalhes, como nenhum outro artista na Bauhaus fazia. A reação dos estudantes em relação ao professor Klee era muito variada.
As suas aulas constituíam um desafio intelectual de alto nível. Alguns dos seus alunos não se adaptavam ao seu modo. Muitos outros, entretanto, tiveram experiências valiosíssimas com Klee e aprenderam muito com ele. Em 1931, tornou-se professor na Academia de Düsseldorf, onde foi afastado pelos nazistas.
Paul Klee era um desenhador supremo, um dos maiores coloristas da história da pintura e talvez o mais individualista de todos os artistas modernos. Criou o seu próprio mundo, com uma estranha fauna e flora próprias.
Para continuar na Academia, Klee foi obrigado a comprovar a sua filiação. De acordo com o decreto para a aplicação da lei, «só podia ser funcionário aquele que fosse alemão ou aparentado pelo sangue...»
Sua demissão deu-se em 1º de maio de 1933 
Os nazistas o classificaram de «artista degenerado» e retiraram todas as suas obras dos acervos públicos da Alemanha.
No Natal de 1934 ofereceu a Lily o quadro Angustiado, é o testemunho do seu sofrimento pessoal. Sobre uma rede de linhas finas que faz lembrar um mosaico, passa uma única linha que desenha o busto de um homem. A cabeça está inclinada para frente os olhos estão fechados e as comissuras dos lábios descaídas.
No ano seguinte pintou um quadro revelador do seu estado de alma: O homem marcado não representa nenhuma cabeça de criança, mas o rosto e os olhos apresentam semelhança nas formas. As linhas que atravessam o rosto em alguns pontos, formam um X que «risca da lista»
Entretanto, no Outono, os Klee decidiram deixar Dussedórfia, pois não podiam continuar a pagar o aluguel da casa por muito tempo. No dia 23 de dezembro, Klee regressou definitivamente a Berna. Na véspera da partida, escreveu ainda a seu filho: 
«sou obrigado a partir. Provavelmente, amanhã à tarde, vou deixar este lugar... Nas últimas semanas, envelheci muito, mas não quero que a amargura se apodere de mim, ou então que seja uma amargura eivada de humor».
Durante o último ano que passou na Alemanha, pintou e desenhou muito. Em 1933, o catálogo de suas obras registra 482 números. Um último quadro deste ano exprime o seu estado de consternação. Eliminado da Lista diz-nos o seu significado.
 Klee não tinha perdido apenas o seu posto de professor na Academia, mas tinha pedido igualmente o seu valor como artista na Alemanha.
1936 - A grave doença e a depressão o aniquila mais ainda, e neste ano só executa 25 obras. 1937 - Kandinsky e Picasso visitam Klee em Berna. Na exposição « Entartete Kunst » (Arte degenerada) em Munique, são apresentadas 17 obras de Klee; 102 trabalhos são confiscados a coleções públicas alemãs. Klee retorna ao trabalho.
1940 - Pouco antes de adquirir a nacionalidade suíça Klee morre , a 29 de junho, em Locarmo-Muralto. 
Em Berna e Nova Yorque, realizam-se grandes exposições em sua memória. Em 1946, as suas cinzas são colocadas no cemitério de Schosshalden, em Berna. Entretanto, Klee, ao longo da carreira, mostrou-se dono de um estilo próprio e bastante individual, que tornam difícil considerá-lo apenas um artista expressionista.

OBRAS DE PAUL KLEE:
http://oseculoprodigioso.blogspot.com.br/2005/05/klee-paul-expressionista.html?q=kandinsky

















AULA 05 - MATISSE



A arte do pintor francês Matisse baseia-se num método que, segundo ele próprio, consiste em abordar separadamente cada elemento da obra -- desenho, cor, composição e em juntá-los numa síntese, "sem que a eloquência de um deles seja diminuída pela presença dos outros". 

Em sua primeira fase, Matisse se mostrava como descendente direto de Cézanne, em busca do equilíbrio das massas, mas outras influências, como as de Gauguin, Van Gogh e Signac, levaram-no a tratar a cor como elemento de composição. 
Em 1904-1905, "Luxo, calma e volúpia" ainda revelava a influência dos pós-impressionistas, mas já demonstrava grande simplificação da cor, do traço e dos volumes.

"Luxo, Calma e Volúpia" - 1904-05
Em 1908, a euforia decorativa de "O aparador, harmonia vermelha" atestava que Matisse já tinha estilo próprio. 
"O aparador, harmonia vermelha"

Madame Matisse, 1905 

“Isso não é uma mulher!” – Disse um inconformado visitante  de sua exposição em 1905.
“ Acima de tudo não criei uma mulher, pintei um quadro”
Essa era a premissa  básica da arte no séc. XX: A arte não representa, mas reconstrói a realidade.


Matisse procurou eliminar o não essencial e reter apenas as qualidades fundamentais do tema.
“ Condensação de emoções... Constitui um quadro” 
Minimalista, antes que o termo existisse, em dez traços evocava com perfeição um nu sensual. 

Dos pintores fauvistas, que exploraram o sensualismo das cores fortes, ele foi o único a evoluir para o equilíbrio entre a cor e o traço em composições planas, sem profundidade. Ao explorar ora o ritmo das curvas, como em "A música" (1909) e "A dança" (1933), ora o contraste entre linhas e chapadas, Matisse procurou uma composição livre, sem outra ligação que não o senso de harmonia plástica. Sua cor não se dissolvia em matizes, mas era delimitada pelo traço. 

"A música" (1909) 

"A dança" (1933) 
Já liberto do Fauvismo, o pintor mostrou, às vezes, tendência a reduzir as linhas à essência, como em "A lição de piano" (1916), mas não se interessou pela pura abstração. O amor pela exuberância decorativa aparece em "Blusa romena" e na série "Odaliscas", de 1918.

"A lição de piano" (1916)

"Blusa romena" 

Odalisca


Em sua fase final, Matisse voltou-se para a esquematização das figuras, de que são exemplos a decoração mural "A dança", para a Barnes Foundation, em Merion, nos Estados Unidos, e os papiers collés ou gouaches découpées (técnica que chamou de "desenho com tesoura") que ilustram Jazz (1947), livro com suas impressões sobre a arte e a vida. 




O Tobogã (1943)

O Palhaço (1943)

A Lagoa (1944)

Nu azul (1952)

Tristeza do Rei (1952)


Foi também escultor e ilustrador. Em 1944, como desenhista, ilustrou as Fleurs du mal (Flores do mal), de Baudelaire, e, como litógrafo, as Lettres portugaises (1946; Cartas portuguesas), atribuídas a soror Mariana Alcoforado, e Les Amours, de Pierre Ronsard.


Fleurs du mal (Flores do mal), de Baudelaire

Fleurs du mal (Flores do mal), de Baudelaire

Fleurs du mal (Flores do mal), de Baudelaire

Lettres portugaises (1946; Cartas portuguesas), atribuídas a soror Mariana Alcoforado

Les Amours, de Pierre Ronsard

Nuded turned to side
Florilege des Amours de Ronsard

Deixou uma vasta obra gráfica, além de esculturas representativas de cada uma de suas fases artísticas.

Madeleine II, 1903.

La Serpentine, 1909 - bronze

Large Seated Nude, 1925 - bronze

Le Tiaré, 1930

Entre 1948 e 1951 dedicou-se à concepção arquitetônica e à decoração interior da capela do Rosário em Saint-Paul, perto de Vence, no sul da França. O autor considerava essa sua melhor obra, e nela concebeu todos os detalhes, dos vitrais ao mobiliário, voltado para uma concepção mais ascética das formas, embora nos arabescos florais predomine uma linha sinuosa. 

capela do Rosário em Saint-Paul




A única verdade que importa, segundo Matisse, difere da aparência externa. Encontrar essa verdade nuclear significa buscar um “signo”  irredutível para representar um objeto.
O fato de o “signo” parecer frívolo, as vezes, infantil, é parte do sucesso de Matisse.

Henri Matisse morreu em Nice, França, em 3 de novembro de 1954.

MAIS OBRAS DE MATISSE
http://oseculoprodigioso.blogspot.com.br/2006/11/matisse-henri-mile-benot-fauvismo_30.html?q=MATISSE










AULA 04 - CUBISMO

“ Não se imita aquilo que se quer criar“ Georges Braque (1882 - 1963) 

Para melhor esclarecer as mudanças propostas pelo cubismo, vamos atentar para algumas das suas particularidades: o cubismo é um movimento artístico com algumas marcas fundamentais. Nele, as figuras são quebradas em planos e reorganizadas sem a utilização da perspectiva tradicional. As referências à arte primitiva também servem para contestar a noção de profundidade renascentista.
O termo cubismo designa um movimento que usava figuras geométricas (triângulos, cubos) para construir uma imagem.
Duas características principais definem o cubismo:
1)É uma arte onde já não é possível distinguir o que é imagem principal do que é o fundo de uma tela;
2) Nele uma imagem é mostrada a partir de vários pontos de vista. Exemplo: um retrato mostra uma mulher de frente e de perfil ao mesmo tempo. Com esse tipo de representação o cubismo pôs fim à perspectiva, recurso usado há seis séculos até então, e que dava a ilusão de profundidade na arte.
Outras características:
Geometrização das formas e volumes 
Renúncia à perspectiva 
O claro-escuro perde sua função 
Representação do volume colorido sobre superfícies planas 
Sensação de pintura escultórica 
Cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castanho suave. 

“Não consigo ver nada além de cubinhos.” Matisse

Foi o pintor francês Henri Matisse quem, em 1908, criou o termo cubismo, o qual, por sua vez, viria nomear este movimento artístico.
Embora os quatro verdadeiros Cubistas: Picasso, Braque, Gris e Legér, quebrassem os objetos em pedaços, que não eram propriamente cubos, o nome pegou.

“A Arte consiste em inventar e não copiar.” Fernand  Léger

Os primeiros artistas a realizar pesquisas simultâneas de novas formas de representação foram Braque e Picasso. Os dois foram fortemente influenciados pela produção de Cézanne (1839-1906), descrita em 1904 pelo pintor e escritor francês Émile Bernard (1868-1941) como uma maneira de "tratar a natureza por meio do cilindro, da esfera, do cone".
Cézanne usava formas geométricas quando pintava e afirmava ver na natureza "o quadrado, a esfera e o cone". Seus desenhos rompiam com a apresentação tradicional de um objeto _calcada na perspectiva. Mostravam a figura em mais de uma face, distorcendo-as sutilmente. A distorção de Cézanne não é a distorção expressionista, mas, uma quebra da superfície em planos oblíquos, uma divisão dos volumes, uma nova forma de equilíbrio. Segundo o filósofo francês Merleau-Ponty, a arte de Cézanne dá "a impressão é de uma ordem nascente". Esta ordem que nós hoje chamamos de "modernidade".

O cubismo se divide em duas grandes fases: CUBISMO ANALÍTICO E CUBISMO SINTÉTICO 

Até 1912, no chamado cubismo analítico, observa-se uma preocupação predominante com as pesquisas estruturais, por meio da decomposição dos objetos e do estilhaçamento dos planos, e forte tendência ao monocromatismo. Usavam a monocromia para não serem distraídos pelas cores.

Pablo Picasso
Mulher em verde, 1909

Retrato de Ambroise Vollard - Picasso.

Retrato de Wilhelm Uhde. Pablo Picasso, 1910

Retrato de Henry Kahnweiler
Em 1912-1913, as cores se acentuam e a ênfase dos experimentos é colocada sobre a recomposição dos objetos. Nesse momento do cubismo sintético, elementos heterogêneos - recortes de jornais, pedaços madeira, cartas de baralho, caracteres tipográficos, entre outros - são agregados à superfície das telas, dando origem às famosas colagens, amplamente utilizadas a partir de então. 
Reagindo à excessiva fragmentação dos objetos e à destruição de sua estrutura. Basicamente, essa tendência procurou tornar as figuras novamente reconhecíveis. Também chamado de Colagem porque introduz letras, palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros nas pinturas. Essa inovação pode ser explicada pela intenção do artistas em criar efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações visuais que a pintura sugere, despertando também no observador as sensações táteis. 
Assim como Cézanne foi importante, é também inegável a importância de Picasso para a arte moderna, porém foi Braque quem trouxe para o movimento cubista procedimentos fundamentais como o "papier collé" (colagem) e o "assemblage" (inclusão de objetos na obra de arte). Estas idéias foram, posteriormente, também apropriadas com euforia por Picasso.

No verão de 1912, Braque produziu o quadro "Prato com Fruta e Copo", criando o primeiro papier collé.

Aliás, já no inverno anterior Georges Braque tinha realizado uma imitação de textura de madeira para um quadro intitulado "Hommage à J.S. Bach" onde inseriu o nome do compositor, usando outro método inovador: recortando as letras em papel para depois as colar no quadro.

Mesa com violão- Braque

Convém aqui abrir um parêntesis para salientar que desde o início do Cubismo, Braque representa a postura baseada na pesquisa plástica contínua, à qual a pintura contemporânea deve alguma das descobertas basicas: a concepção do quadro objeto, a inserção de caracteres impressos, letras, números e outros signos diversos, no quadro, como motivo de criação de formas reais, existentes apenas na pintura e ainda o uso do papier collé na evocação poética do real. Será também o primeiro artista a misturar areia, cinzas, serragem, limalha de ferro e outros materiais, na tinta.

Em “O Bandolim Azul” o artista aplicou grande quantidade de areia à tinta, o que dá uma aparência de textura real que contrasta com as ilusões que queria transmitir para o espectador.


Violino 1912
Picasso

Natureza Morta com Cadeira de Trançado – 1912 - Picasso


Além de Braque e Picasso, Juan Gris contribuiu significativamente para o cubismo sintético. Fernand Léger adicionou formas curvas ao vocabulário angular cubista, foi apelidado de “Tubista” pois suas formas eram tubulares.

OBRAS DE:
BRAQUE
http://oseculoprodigioso.blogspot.com.br/2005/03/braque-georges-cubismo.html

PICASSO
http://oseculoprodigioso.blogspot.com.br/2013/09/picasso-pablo-cubism-1940.html?q=PICASSO

JUAN GRIS
http://oseculoprodigioso.blogspot.com.br/2005/04/gris-juan-cubismo.html

FERNAND LEGER
http://oseculoprodigioso.blogspot.com.br/2005/05/lger-fernand-cubismo.html?q=Fernand+L%C3%A9ger