domingo, 1 de março de 2015

AULA 06 - DER BLAUE REITER

O Cavaleiro Azul
Munique (1911-1914)

O nome que adotaram para este movimento sintetiza a paixão de Franz Marc pelo cavalo e de Kandinsky pela cor azul.

Fundadores:
Kandinsky
Franz Marc
Paul Klee

Os seus principais pontos de interesse eram a arte primitiva, a arte intuitiva infantil, o potencial das associações psicológicas e simbólicas da cor, da linha e da composição. Eram mais voltados, em um primeiro momento, à espiritualidade da obra artística.
Foram características comuns às obras de O Cavaleiro Azul:
- Preferência por temáticas naturalistas;
- execução refletida e pensada;
- simplificação e/ou geometrização das formas;
- valorização da mancha, utilização de cores antinaturais;
- composições equilibradas;
- uma expressividade que incide no lirismo e na emotividade
Em Maio de 1912, foi publicado um primeiro número da revista Blaue Reiter Almanack onde são divulgados importantes ensaios dos seus fundadores e de outros artistas como Kubim, Pechstein e Schoenberg. Mais tarde se desdobrará e parte de seus membros virá a fazer parte da Bauhaus e do advento da abstração.
Segundo Kandinsky:
"A cor é o teclado, os olhos são os martelos e a alma é o piano, com as suas inúmeras cordas. O artista é a mão que toca o piano, emitindo esta ou aquela nota para provocar vibrações na alma.“
Apesar de ter se dissolvido quando estourou a 1ª Guerra Mundial, 1914,  o grupo gerou um efeito duradouro devido à passagem de Kandinsky para a pura abstração.


WASSILY KANDINSKY (1866-1944), Pintor russo, antes do abstracionismo participou de vários movimentos artísticos como impressionismo, atravessou uma curta fase fauve e expressionismo. 
Escreveu livros, como em 1911, Sobre o espiritual na arte, em que procurou apontar correspondências simbólicas entre os impulsos interiores e a linguagem das formas e cores.
Em 1926, Do ponto e da linha até a superfície, que hoje tem o título de Ponto e linha sobre plano.explicação mais técnica da construção e inventividade da sua arte. 
Dezenas de suas obras foram confiscadas pelos nazistas e várias delas expostas na mostra de "Arte Degenerada". Em 1910, entrando em seu atelier ao cair da noite, ele disse, “fui subitamente confrontado com um quadro de indescritível e incandescente beleza. Intrigado, parei para olhar. O quadro não tinha tema algum, não representava qualquer objeto identificável e era totalmente composto de manchas coloridas. Por fim aproximei-me e, somente então, reconheci o que era – meu próprio quadro, virado de lado no cavalete.”
Dois tipos de experimentações:
Essa revelação – de que a cor podia despertar emoção independentemente do conteúdo - animou Kandinsky a dar o audacioso passo para descartar todo o realismo. A partir de então, fez experiências com dois tipo de pintura: 
"Composições ", em que executou um arranjo consciencioso de formas geométricas, 
"Improvisos", onde não exerceu controle consciente sobre a tinta aplicada espontaneamente à tela. Em cores de arco-íris e trabalho solto de pincel, Kandinsky criou pinturas absolutamente não-objetivas.
"As cores e as formas que utilizo livremente integram a natureza; eu apenas elimino o intermediário - objeto reconhecido como tal.”
Deste modo, Kandinsky se referiu à sua arte. 


OBRAS DE KANDINSKY:
http://oseculoprodigioso.blogspot.com.br/2005/12/kandinsky-wassily-expressionismo.html?q=kandinsky


FRANZ MARC
Franz Marc concentrava-se principalmente na representação de animais, seguindo as distorções expressionistas. É de se destacar seus estudos de cavalos vermelhos e azuis. O artista morreu na Primeira Guerra Mundial. Marc sentia-se intimamente ligado aos animais e tentou representar o mundo tal como o animal o vê, mediante a simplificação formal e cromática das coisas. Usa cada cor para denotar um significado: azul para a austeridade masculina e o espiritual; amarelo para a alegria feminina; vermelho, para a violência.

OBRAS DE FRANZ MARC:
http://oseculoprodigioso.blogspot.com.br/2005/08/marc-franz-expressionismo.html?q=kandinsky




A cor tomou posse de mim; eu não mais tenho que persegui-la, pois sei que ela está presa a mim para sempre… A cor e eu somos um. Eu sou um pintor.”


Paul Klee foi um dos maiores artistas do início do século XX autor de uma linguagem plástica inovadora, um artista em essência. Convencido de que a realidade artística era totalmente diferente da observada na natureza, dedicou sua carreira à busca do ponto de encontro entre realidade e espírito.

"A arte não é uma ciência que seja fomentada progressivamente através de muito trabalho e da investigação de muitos membros; pelo contrário, é o mundo da diversidade. Cada personalidade, que dispõe da sua própria forma de expressão, tem aqui o seu valor. Só os fracos, aqueles que em lugar de procurarem em si próprios, procuram naquilo que já existe, devem desistir."

Paul Klee nasceu em 18 de dezembro de 1879 perto de Berna, na Suíça. Ampliou o vocabulário usado na pintura, explorando em suas obras linhas, cores, texturas e justaposições. 
Sob a influência de Robert Delaunay (França), Klee teve a idéia de trabalhar diretamente com o espectro de cores. Segundo Klee, o arco-íris está acima de tudo o que tem cor. "O arco-íris é emprego, elaboração e combinação abstrata de cores."
Um dos elementos mais importantes na obra de Paul Klee é a cor. No início, ele lidava com as cores apenas sob uma perspectiva teórica. Mais tarde, porém, ele descobriu também a qualidade emocional das cores.
Após a Primeira Guerra, lecionou na conceituada escola Bauhaus, aplicando aulas sobre «Pedagogia das Formas».
A sua atividade como professor obrigou-o a desenvolver e formular claramente as suas idéias sobre aspectos teóricos da pintura e da arte. Klee era um professor muito dedicado. Preparava suas aulas meticulosamente, até nos mínimos detalhes, como nenhum outro artista na Bauhaus fazia. A reação dos estudantes em relação ao professor Klee era muito variada.
As suas aulas constituíam um desafio intelectual de alto nível. Alguns dos seus alunos não se adaptavam ao seu modo. Muitos outros, entretanto, tiveram experiências valiosíssimas com Klee e aprenderam muito com ele. Em 1931, tornou-se professor na Academia de Düsseldorf, onde foi afastado pelos nazistas.
Paul Klee era um desenhador supremo, um dos maiores coloristas da história da pintura e talvez o mais individualista de todos os artistas modernos. Criou o seu próprio mundo, com uma estranha fauna e flora próprias.
Para continuar na Academia, Klee foi obrigado a comprovar a sua filiação. De acordo com o decreto para a aplicação da lei, «só podia ser funcionário aquele que fosse alemão ou aparentado pelo sangue...»
Sua demissão deu-se em 1º de maio de 1933 
Os nazistas o classificaram de «artista degenerado» e retiraram todas as suas obras dos acervos públicos da Alemanha.
No Natal de 1934 ofereceu a Lily o quadro Angustiado, é o testemunho do seu sofrimento pessoal. Sobre uma rede de linhas finas que faz lembrar um mosaico, passa uma única linha que desenha o busto de um homem. A cabeça está inclinada para frente os olhos estão fechados e as comissuras dos lábios descaídas.
No ano seguinte pintou um quadro revelador do seu estado de alma: O homem marcado não representa nenhuma cabeça de criança, mas o rosto e os olhos apresentam semelhança nas formas. As linhas que atravessam o rosto em alguns pontos, formam um X que «risca da lista»
Entretanto, no Outono, os Klee decidiram deixar Dussedórfia, pois não podiam continuar a pagar o aluguel da casa por muito tempo. No dia 23 de dezembro, Klee regressou definitivamente a Berna. Na véspera da partida, escreveu ainda a seu filho: 
«sou obrigado a partir. Provavelmente, amanhã à tarde, vou deixar este lugar... Nas últimas semanas, envelheci muito, mas não quero que a amargura se apodere de mim, ou então que seja uma amargura eivada de humor».
Durante o último ano que passou na Alemanha, pintou e desenhou muito. Em 1933, o catálogo de suas obras registra 482 números. Um último quadro deste ano exprime o seu estado de consternação. Eliminado da Lista diz-nos o seu significado.
 Klee não tinha perdido apenas o seu posto de professor na Academia, mas tinha pedido igualmente o seu valor como artista na Alemanha.
1936 - A grave doença e a depressão o aniquila mais ainda, e neste ano só executa 25 obras. 1937 - Kandinsky e Picasso visitam Klee em Berna. Na exposição « Entartete Kunst » (Arte degenerada) em Munique, são apresentadas 17 obras de Klee; 102 trabalhos são confiscados a coleções públicas alemãs. Klee retorna ao trabalho.
1940 - Pouco antes de adquirir a nacionalidade suíça Klee morre , a 29 de junho, em Locarmo-Muralto. 
Em Berna e Nova Yorque, realizam-se grandes exposições em sua memória. Em 1946, as suas cinzas são colocadas no cemitério de Schosshalden, em Berna. Entretanto, Klee, ao longo da carreira, mostrou-se dono de um estilo próprio e bastante individual, que tornam difícil considerá-lo apenas um artista expressionista.

OBRAS DE PAUL KLEE:
http://oseculoprodigioso.blogspot.com.br/2005/05/klee-paul-expressionista.html?q=kandinsky

















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